(v.Portuguese) Conectividade gratuita amplia o engajamento

Harjot Saluja, CEO da Datami: “É preciso utilizar ferramentas capazes de garantir que dados cheguem aos cidadãos”
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Dados da União Internacional das Telecomunicações mostram que metade da população mundial não possui acesso à internet. A taxa de desconexão é maior em países menos desenvolvidos e em desenvolvimento. A situação dificulta ações de saúde pública e o combate a pandemias. “Informações sobre saúde são serviços essenciais. É preciso utilizar ferramentas capazes de garantir que elas cheguem aos cidadãos”, comenta Harjot Saluja, CEO da Datami, empresa de engajamento por telefonia móvel, líder no mercado de dados patrocinados.

A plataforma da Datami permite que as marcas ofereçam dados móveis para seus consumidores em troca de fidelização. O Brasil possui, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), 226,6 milhões de acessos móveis – 50% da base é de celulares pré-pagos. O custo da conexão de dados é uma barreira para o acesso às informações sobre a Covid-19.

O Sistema Único de Saúde (SUS), a rede privada e as secretarias de saúde estaduais e municipais têm na mobilidade uma ferramenta para mobilizar a população, mas a tecnologia já permite que os usuários usem a internet móvel sem pagar pela navegação, em um sistema parecido com o 0800, também conhecido como de dados patrocinados. “Neste caso, empresas, instituições ou governos arcam com os custos da conexão”, explica. O serviço garante que as informações cheguem ao destino e ainda permite a captura de dados. “É possível criar regras para perguntar a temperatura do usuário ou como ele está se sentindo no dia”, exemplifica

Saluja cita a iniciativa da operadora americana Reach Mobile, também dirigida por ele, que lançou planos de serviços com impacto social. Para cada plano vendido, o mesmo valor é destinado a financiar o acesso de quem não pode pagar. A iniciativa é voltada para o público feminino. “São as mulheres que sofrem mais com a falta de conexão”, diz, lembrando que a situação de muitas delas ficará mais complicada com a crise econômica provocada pelo novo coronavírus. “Dar acesso à internet significa prestar um serviço social, especialmente em tempos de confinamento”, comenta o executivo, lembrando que o celular se tornou o principal ponto de contato. “O serviço de saúde compete com a verba que a pessoa tem para ver seus amigos e familiares.”

Engajar as pessoas por meio de campanhas de informação exige estratégia. Não basta pagar pelo serviço de telecomunicações, é preciso garantir acesso aos aparelhos e desenvolver aplicativos e serviços capazes de atrair os usuários. “Entre as estratégias está a de criar uma central de serviços, com todos os aplicativos com acesso grátis”, diz Saluja. O modelo permite combinar ações de saúde, educação e serviços ao cidadão.